VOZ PASSIVA. 16
Na semana em que se assinala o 21.º aniversário da morte de António Quadros, publicamos hoje, de António Quadros Ferro, neto do autor de O Movimento do Homem e membro do projecto António Telmo. Vida e Obra, o seu estudo sobre a "Correspondência entre António Telmo e António Quadros", comunicação apresentada ao Colóquio "A Obra e o Pensamento de António Telmo", realizado em 14 e 15 de Fevereiro de 2011, no Palácio da Independência, em Lisboa, por iniciativa do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, já documentada no III volume dos Cadernos de Filosofia Extravagante. Sublinhe-se que esse precioso acervo epistolar, transcrito por Afonso Cautela (cartas de António Telmo) e Pedro Martins (cartas de António Quadros), com revisão e organização geral de Mafalda Ferro e Pedro Martins, se encontra em vias de publicação no V volume dos Cadernos de Filosofia Extravagante.
Correspondência entre António Telmo e António Quadros
António Quadros Ferro
Em vias de terminar a organização da correspondência de António Quadros, não posso deixar de aproveitar esta oportunidade para fazer uma breve descrição do conteúdo deste acervo que, desde 2008, a Fundação António Quadros preserva no seu espólio.
Note-se que, à partida, qualquer descrição como esta depende de critérios pessoais ou autorais, mais ou menos subjectivos, sendo que o que se descreve provém daquilo que se escolhe ou daquilo que se exclui, do que se relativiza ou enfatiza, em suma, do que voluntária ou involuntariamente se regista.
Por outro lado, e porque não se trata de um descrição técnica, a riqueza deste espólio merece mais do que uma avaliação genérica que confira a si própria limites, mas antes de uma reflexão que, não perdendo de vista aqueles dados, seja capaz de fazer uma leitura tão ou mais abrangente do que a particularidade dos números nos sugere. De qualquer forma, importa notar que a correspondência reunida compreende um período que começa em 1944, tinha António Quadros apenas 21 anos de idade e termina em 1993, no ano da sua morte. São cerca de 1200 cartas de 450 autores portugueses e estrangeiros. Poetas, escritores e filósofos, como José Régio, Herberto Helder, Teixeira de Pascoaes, Sophia de Mello Breyner, Mircea Eliade, Agostinho da Silva, Álvaro Ribeiro, José Marinho, Sant’Anna Dionísio, Delfim Santos, entre muitos outros.
O epistolário de António Quadros (1923−1993) com António Telmo[1] (1927−2010) compreende mais de 35 anos de amizade e respeito mútuos. São 30 cartas, enviadas de Lisboa para Estremoz e vice-versa, que documentam o que está para além das obras e do pensamento de cada um. O que hoje vou procurar trazer a lume, e que urge transmitir, para além de pretender ilustrar os momentos mais significativos da actividade filosófica de António Quadros e António Telmo, complementa o estudo possível do pensamento dos dois filósofos e ultrapassa, em muitos aspectos, a compreensão das afinidades e diferenças especulativas entre um e outro pensador.
O primeiro contacto de António Telmo com a Filosofia Portuguesa acontece através de Orlando Vitorino (1922-2003), irmão do autor de Arte Poética, e fundador dos fascículos de cultura Acto com António Quadros, em 1951. Orlando Vitorino recebe lições particulares de José Marinho, em Arruda-dos-Vinhos, onde os irmãos viviam com a família. Nessa altura, António Telmo era uma criança de catorze ou quinze anos de idade e só mais tarde viria a compreender a importância futura, dir-se-ia eterna, do que na sua casa estava a acontecer. Era um momento decisivo na vida dos dois irmãos, era o início de tudo o que de extraordinário aconteceu depois.
Alguns anos mais tarde, António Telmo, também através do irmão Orlando, ouve pela primeira falar na tertúlia que Marinho e Álvaro Ribeiro, discípulos de Leonardo Coimbra no Porto, organizavam em Lisboa e apressa-se a juntar-se àqueles que viriam ser seus mestres para toda a vida.
Sabemos que António Telmo se interessa desde muito novo pelas letras. Começa a estudar sozinho aos dez anos de idade, preparando-se para os exames que vem fazer à capital. Ainda assim, esta autonomia, segundo conta numa entrevista, revela-se pouco útil enquanto estudante universitário. Demora demasiado tempo a tirar o curso de Letras, por, segundo conta, ter sido demasiados anos auto-didacta. No entanto, apesar desta confissão, António Telmo nunca perderia esse gosto pela autonomia e, sobretudo, pela liberdade própria do seu pensar, liberdade essa, também largamente protagonizada pelo seu irmão Orlando.
Em qualquer dos casos, o primeiro encontro de António Telmo com António Quadros, só acontece em Lisboa no café Palladium ou, talvez, na Brasileira do Rossio. É ali que Álvaro Ribeiro e José Marinho criam a Universidade da Filosofia Portuguesa e onde se encontram, durante mais de 30 anos, algumas das figuras mais importantes da cultura portuguesa do séc. XX.
A poucos metros dali, com galáxias a separá-los e milhares de anos-luz pelo meio, no Café Gelo, havia, com homens de índole diferente ou até oposta, outra tertúlia a acontecer. Eram Luiz Pacheco, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria, António José Forte, Herberto Helder, entre outros, altos representantes do nosso surrealismo e, alguns deles, heróis marginais, com maior ou menor mérito.
A vocação espiritual de António Telmo, encontrava na prelecção alvarina, e não no vizinho teatro surrealista, a companhia necessária para, mais tarde, realizar uma obra única, que ao longo dos anos não escapou aos elogios de António Quadros, também discípulo de Álvaro Ribeiro e continuador da Arte de Filosofar. A propedêutica cultural e filosófica de ambos, é, aliás, evidente nas suas obras, como um acto de manifesta continuidade dos temas nucleares da obra de Álvaro Ribeiro. Tanto para António Quadros como para António Telmo a filosofia é uma arte e jamais poderia ser ciência. Por isso, na perspectiva filosófica de ambos estava a existencialidade da língua portuguesa, expressa, nomeadamente, em ensaios de filosofia da história e na crítica ao positivismo que ao longo dos anos foram desenvolvendo.
Se de António Telmo, António Quadros, recebe dezasseis cartas, já de Orlando Vitorino, recebe apenas uma. A relação dos dois irmãos com António Quadros não foi idêntica, como o intercâmbio epistolar o demonstra, mas ambos despenharam papéis extraordinariamente relevantes na sua vida. De qualquer forma, é com Orlando Vitorino que António Quadros funda o Acto, do qual sairão dois números, entre 1951 e 1952. Apesar do fim prematuro desta publicação, este foi apenas o inicio de uma longa e fecunda prática filosófica realizada por estes pensadores, sob o importante magistério de Álvaro Ribeiro e José Marinho.
Já António Telmo, manteve uma longa e riquíssima correspondência com o autor de Portugal Razão e Mistério. O contacto entre os dois teria sido mais próximo, não tivesse António Quadros alguma relutância em deslocar-se a Estremoz, onde António Telmo vivia e leccionava a disciplina de Português. São vários os convites para que o visitasse, ao ponto de António Telmo, escrever a António Quadros, com ironia, dizendo: “Olhe que a Áustria é bem mais longe. Acabarei por ter de abraçá-lo aí em Lisboa ou Cascais.”
Num artigo, publicado em 1991, António Telmo é descrito por António Quadros, como “um fugitivo dos grandes centros urbanos, procurando o sossego e o silêncio para melhor guardar a sua autonomia.”
A verdade é que, apesar disto, António Quadros foi um dos mais importantes interlocutores de António Telmo. Em 1977, ano em que Orlando Vitorino cria, com Afonso Botelho, a revista Escola Formal, António Telmo publica História Secreta de Portugal, obra que António Quadros recebe com entusiasmo e que lhe suscitaria, por via epistolar, uma interessante reflexão, que, embora, nem sempre coincidente, revela a proximidade programática traçada pelos dois escritores. Nessa carta, António Quadros elogia a capacidade de António Telmo para compreender a história de Portugal, em especial as questões relacionadas com as ordens do Templo e de Cristo. Mas não deixa de questionar a periodificação escolhida pelo autor, por ser limitada no tempo e, por conseguinte, não considerar a história de Portugal antes do séc. XVI, antes da fundação da nacionalidade ou da criação da ordem de Cristo. Na perspectiva de Quadros, faltava ainda à História Secreta de Portugal, um estudo sobre a importância do Culto Popular do Espírito Santo e das teorias joaquimitas, matéria que o próprio viria a desenvolver exaustivamente em Portugal Razão e Mistério, publicado dez anos depois.
Em 1981, é a vez António Telmo felicitar António Quadros depois deste publicar o ensaio Fernando Pessoa, A Obra e o Homem, considerando-a uma obra prima de biografia espiritual e reconhecendo que o seu autor soube distanciar-se daquilo com que parecia estar identificado. Estamos longe da primeira fase do movimento da filosofia portuguesa, que termina com o fim do jornal 57 em 1962. Foram anos difíceis para o grupo, pelas críticas a que foram submetidos, mas, nada que se comparasse com o que, nesse ano, abalou toda a geração. Morre Álvaro Ribeiro e os discípulos perdem a sua maior referência. Curioso é notar, que, na única carta que Orlando Vitorino envia a António Quadros, tinha este acabado de publicar Introdução à Filosofia da História (1982) o autor da Refutação da Filosofia Triunfante, deixe transparecer o peso da responsabilidade que o magistério de Álvaro Ribeiro e José Marinho exerceria sobre todos: “com 50, 60, anos ainda escrevemos como se fossemos jovens e discípulos”.
Um ano depois, e apesar do sucedido, António Telmo não mostra sinais de fraqueza. Tinha acabado de ler A Patrologia Lusitana (1983) de Pinharanda Gomes, e escreve com entusiasmo a António Quadros, dizendo que “Os adversários da filosofia portuguesa terão de se haver comigo e com ele, cuja periodicidade de publicação de livros é verdadeiramente espantosa.”
António Telmo, que já em Arte Poética, via a filosofia como uma “actividade de progressiva consciencialização das formas que actuam no corpo, em graus cada vez mais profundos”, transmitia agora a António Quadros, a esperança no labor filosófico de ambos e na capacidade espiritual que tinham para prosseguir na senda alvarina.
Entre 1986 e 1987, António Quadros publica os dois volumes de Portugal Razão e Mistério, obra que motiva o maior número de cartas trocadas entre os dois pensadores. Depois do primeiro livro, no dia 31 de Maio de 1986, António Telmo, coloca António Quadros ao lado de Álvaro Ribeiro e José Marinho, como um dos mais importantes pensadores portugueses do século XX. Apesar disto, revela a frustração pelo pouco eco que a filosofia portuguesa tem em Portugal, mesmo aquela que é protagonizada pelos seus melhores intérpretes. Conta ainda, que, José Marinho, pouco antes de morrer dissera que “Se tiver de voltar de novo à vida, peço a Deus para não nascer português. É um povo de vesânicos. Houvesse o Álvaro Ribeiro nascido na França, na Alemanha, na Inglaterra e seria hoje admirado como o maior filósofo da actualidade.” Já Álvaro Ribeiro, numa carta dirigida a António Telmo terá dito que se houver uma lei que nos mande regressar à Terra, “pedirei a Deus que me poupe à obrigação de voltar a ser português.”
Em resposta a esta carta, António Quadros, a propósito das palavras amargas de Marinho e Ribeiro, apressa-se a dizer que é necessário distinguir o país-virtual, do país sociológico. No dia 22 de Janeiro de 1987, António Telmo, depois de, em várias linhas, desconsiderar o seu livro História Secreta de Portugal, diz, não ver ninguém, a não ser António Quadros, capaz de acompanhar Álvaro Ribeiro. Nesta altura, começa a pairar sobre António Quadros, mas também entre os restantes homens do grupo da Filosofia Portuguesa, o fantasma do III volume de Portugal Razão e Mistério.
A cada nova carta, a mesma pergunta. Para quando o terceiro livro. Para quando?
Uns dias depois, António Quadros escreve: “Só peço a Deus que me dê tempo, força e cabeça para concluir as obras que tenho projectadas. O terceiro e quarto volume de Portugal Razão e Mistério; um livro sobre a filosofia portuguesa, de Bruno a Orlando; um outro livro, sobre O Primeiro Modernismo Português […] e ainda outros que tenho na cabeça.”. Destes, só viria a publicar os dois últimos ensaios e chegaria a confessar, uns dias depois, devido ao cansaço provocado pelos recentes problemas de saúde, não estar à altura do projecto. No final da carta pergunta: “Será que conseguiremos o mínimo de convergência? E será que conseguirei […] ir para a frente com o meu projecto, que pode prejudicar os livros planeados?”
A reposta de António Telmo não tarda e no diz 2 de Fevereiro escreve: “Estamos todos no fim da viagem e já […] ninguém quer mudar, ceder de pontos de vista: isso seria negar o que julgamos ter sido ser o nosso destino espiritual. Quem é capaz de nascer de novo aos 60, aos 70 anos? Há, todavia, pontos e até linhas comuns. Não será possível, com elas, traçar uma figura que satisfaça todos? Cada um de nós, no fundo, tem o desejo e a ideia de fazer uma revista sozinho, com vários heterónimos ou pseudónimos, daí o desentendimento inevitável. Nos jovens o que unifica é o sentimento, isto é, o desejo sem a ideia.”
Dois meses depois, em Abril, António Telmo principia a sua carta desta forma: “Meu caro Amigo, estamos na última fase da nossa vida e todos temos pressa em dizer a palavra definitiva. Sinto-o em si, ao ler as suas últimas cartas. Perdemos o medo. Agora já não há nada a aprender com os outros homens. Só Deus nos pode ensinar. Se, ao dizermos, dissermos o erro, a culpa não é nossa. Se dissermos alguma verdade que seja para bem dos que vierem depois. Mas somos responsáveis porque queremos ser valentes, ter valor, ter saúde.”
Em Junho, volta a escrever a António Quadros sobre Portugal Razão e Mistério, referindo-se ao segundo volume como a reflexão mais completa, mais rica e uma das mais inteligentes sobre História de Portugal, só comparável ao pensamento de Sampaio Bruno e uma ou outra excepção. No final da carta relembra: “Ocorre-me a vaga lembrança ou pressentimento, neste mesmo instante, de que o António se chama Gabriel, ou estou enganado?”
Na última carta que envia a António Quadros nesse ano, diz: “Hoje mesmo levantei-me às cinco horas e vi que a saudação de todos os seres naturais ao espírito nascente do Sol não é apenas um fenómeno de componentes físicas. A percepção íntima da natureza pela ideia cristã de companhia ainda é, como ensinou Leonardo Coimbra, o melhor modo para mim de conceber directamente o Espírito Puro, que o paganismo parece ter ignorado ou, pelo menos, só confusamente percebido.”
Os problemas de saúde de António Quadros agravam-se. A partir de 1990 a troca de correspondência com António Telmo diminui. É de lamentar a perca de parte de uma missiva enviada no dia 22 de Março de 1990, onde António Quadros diz estar a braços com uma espécie de bloqueio interior, devido ao receio de que o III volume de Portugal Razão e Mistério não tenha a repercussão dos dois primeiros livros.
A verdade é que, nesse ano, António Quadros estreia-se no romance e publica Uma Frescura de Asas, onde descreve os sintomas de uma angina de peito que sentira dois anos antes, numa ficção espiritual sobre os últimos dias de vida de Sampaio Bruno. Entre 1990 e 1991 prosseguem por via epistolar os contactos de António Quadros com António Telmo. Em carta enviada de Estremoz no dia 6 de Março de 1990, António Telmo lamenta novamente não ter ainda recebido o livro que formaria o tríptico de Portugal, Razão e Mistério e confessa ainda que António Quadros é um dos raros espíritos com quem convive superiormente. Uns dias depois, aconselha António Quadros, a “entrever” o III volume de Portugal Razão e Mistério, “de modo a amar escrevê-lo”. Estas foram as suas últimas palavras a António Quadros, escritas em carta. Num longo balanço da actividade filosófica dos dois escritores e da amizade e admiração que nutriam um pelo outro, António Quadros perguntara, uns dias antes:
“Que seria de nós, sem essa presença invisível dos mestres, aguilhões do nosso espírito, alimentando a nossa perpétua insatisfação? Por mim, continuo a conversar com eles, e se eles me dizem que fiz pouco, que quase nada fiz, então sou obrigado a continuar…” e continua, “Apesar destas diferenças, em ambos há o interesse pela poesia, pela simbólica artística, pelo oculto e pela filosofia em todas as suas formas (mas sobretudo por uma filosofia de Espírito), sendo também de notar que, ao contrário da maioria dos nossos companheiros, reconhecemos os nossos mestres, Leonardo e Bruno, Pascoaes e Pessoa, Álvaro e Marinho, integrando-os, com as suas antinomias, na nossa vivencialidade gnóstica.”
O fim deste epistolário data de Fevereiro de 1991. É uma carta de agradecimento, mas onde António Quadros, descreve a luta que sentia para escrever o III vol. de Portugal Razão e Mistério. Nesta altura, escrevia, riscava tudo, rasgava páginas, voltava ao início e mudava até o nome do livro, para ver se o conseguia escrever. Não conseguia. Não conseguiu.
A António Telmo, confessava o que até hoje não se sabia: apenas escrevera o prólogo.
Tratava-se de um longo texto, já dactilografado, evocando o seu próprio itinerário: a faculdade; o ideal português; o 57; os mestres Álvaro Ribeiro e José Marinho; os encontros com Mircea Eliade na juventude e o grupo da filosofia portuguesa – entre outros: Afonso Botelho, António Braz Teixeira, Pinharanda Gomes, Dalila Pereira da Costa, Orlando Vitorino e António Telmo. Era, enfim, uma despedida, em forma de homenagem, um sentido adeus a todos os seus amigos, de quem já sentia saudade.
António Quadros morre no dia 21 de Março de 1993 e em Outubro de 1995 António Telmo participa na homenagem de despedida. A sua comunicação, que também é um pequeno estudo sobre mito e símbolo no pensamento de António Quadros, começa assim: “Estamos todos aqui reunidos celebrando o pensamento de António Quadros para o tornar presente na nossa lembrança e na nossa saudade.”
Estou certo que, se hoje António Quadros estivesse vivo, estaria aqui nesta homenagem, no dia em que nos reunimos e celebramos o pensamento de António Telmo para o tornar presente na nossa lembrança e na nossa saudade.
15 de Fevereiro de 11
[1] António Telmo Carvalho Vitorino nasceu em Almeida, Beira Alta, a 2 de Maio de 1927. Foi, a convite de Agostinho da Silva e Eudoro de Sousa, durante três anos, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Brasília. Mais tarde, dirigiu a Biblioteca de Sesimbra e leccionou a disciplina de Português em Estremoz. Publicou, entre outras obras, Arte Poética (1963), História Secreta de Portugal (1977), Gramática Secreta da Língua portuguesa (1981) e Filosofia e Kabbalah (1989). Morreu no dia 21 de Agosto de 2010.