VOZ PASSIVA. 111
ANTÓNIO TELMO, DEZ ANOS DEPOIS
António Telmo, um homem singular
(Testemunho em verso ao jeito popular)
Maria Antónia Braia Vitorino
De caminhar
Calmo e lento,
Desatento
Ao cumprimento
Não ouvido,
Distraído
A olhar a beleza
Da árvore, da flor:
A Natureza!
Sem ambição
Do que é vão
Amava a Filosofia
Que fez dele escritor.
Simples, sem vaidade,
Gostava desta cidade
Onde foi professor.
Convivente,
Apreciava a companhia
P’ra conversar com humor.
Seus hobbies: caçar e bilhar.
Era alguém diferente
Do habitual.
Espírito livre, aberto,
Discreto mas “inquieto”
A dialogar
C’o pensamento.
Um ser ILUMINADO
Que olhava Além
Um mundo IMAGINAL
Pr’alcançar o ESSENCIAL.
Inteligência invulgar
De um saber vasto e pensado.
Uma eloquência
Excepcional!!
De suprema intuição,
Num ápice, a solução!
Sem pedir, nem procurar,
Convidado p’ra professor
Dentro e fora do país
A fundar uma Escola
Que dirigiu como quis.
Granjeou uma reputação
Que o levou a inspector
Da Educação
Durante a Revolução.
Uma Escola simpática
E a mais democrática
Que Agostinho encontrou
Dentre as que visitou.
Em merecimento
Sesimbra seu nome deu
A uma rua.
Também Estremoz
Onde viveu e morreu
Numa rua sua
Seu nome pôs.