NO SÁBADO PASSADO, EM SESIMBRA: UMA MEMORÁVEL EXALTAÇÃO DE SAMPAIO BRUNO!

01-12-2015 09:35

Quase trinta pessoas na assistência tornaram provavelmente o Colóquio “No Centenário da Morte de Sampaio Bruno”, com que no passado sábado se cumpriu, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra, a sétima Tarde Télmica de 2015 a mais concorrida homenagem ao filósofo entre quantas, até ao momento, se realizaram em todo o país no ano em curso. Ou não fosse Sesimbra lugar e morada de dois dos maiores intérpretes de Bruno: António Telmo, sempre presente, e Joel Serrão, que em 2008 faleceu na sua casa na Quintola de Santana, e que no passado sábado foi também muito lembrado pelos oradores, com as duas edições do seu estudo sobre a vida e a obra de Bruno a circularem de mão em mão pela assistência.

Foi, de resto, uma sessão vibrante e intensa, tocada pelo entusiasmo, que se prolongou por quatro horas e contou com a participação de dois membros do nosso Projecto que em muito têm contribuído, como estudiosos e editores, para a difusão da obra brunina. Referimo-nos aos portuenses Paulo Samuel e José Cardoso Marques, vindos expressamente da Cidade Invicta a Sesimbra para participarem no Colóquio. E se José Cardoso Marques, que vem coligindo os milhares de escritos dispersos de Bruno, nos ofereceu uma panorâmica da vida cultural do Porto, e em particular da sua imprensa, na segunda metade do século XIX, privilegiando os anos de juventude do filósofo, Paulo Samuel, que no próximo dia 11, na Fundação Eng. António de Almeida, no Porto, verá ser lançado o livro Sampaio (Bruno) - do idealismo republicano à crítica literária, no âmbito de uma exposição biblio-iconográfica e documental dedicada a Bruno, por si comissariada, evocou o seu trajecto, entre esperança e desengano, no seio do movimento republicano português, trazendo ainda algumas novidades ao estudo da obra brunina, mormente no plano do estilo.

Após um breve intervalo, António Carlos Carvalho centrou-se na passagem de Bruno por Amesterdão durante o exílio, avançando pistas para uma melhor compreensão da metamorfose espiritualista e messiânica do pensamento do filósofo, à luz do que se sabe haverem sido os contactos que manteve em solo holandês.  

Em seguida, Rui Lopo falou da posteridade filosófica de Bruno e da influência que exerceu e exerce sobre os vindouros, lembrando as interpretações que as gerações seguintes, através de figuras como Leonardo Coimbra, Álvaro Ribeiro e José Marinho, entre outros, dedicaram, ao filósofo. Da leitura brunina de António Telmo se encarregou, por fim, Pedro Martins, para mostrar como a presença de Bruno é decisiva na formação de um pensamento filosófico que nunca a deixará de considerar. António Telmo, recorde-se, é o autor do prefácio à reedição de O Brasil Mental concretizada em 1998 por Paulo Samuel.

José Cardoso Marques

Paulo Samuel

António Carlos Carvalho

Rui Lopo

Pedro Martins