NO PASSADO SÁBADO, EM SESIMBRA: MAIS UMA MEMORÁVEL TARDE TÉLMICA COM O COLÓQUIO «NO CENTENÁRIO DO ORPHEU»

27-10-2015 20:31

Foi memorável a Tarde Télmica do passado sábado, dia 24, na Biblioteca Municipal de Sesimbra, inteiramente preenchida com o Colóquio "No centenário do Orpheu". Miguel Real abriu os trabalhos, proporcionando aos presentes a visão panorâmica de um fresco histórico que permitiu contextualizar a eclosão e o desenvolvimento do Modernismo em Portugal. Depois, privilegiando embora Pessoa, não deixou de salientar outros nomes maiores do movimento. Foi o caso de Almada Negreiros, de que o orador seguinte, Elísio Gala, se iria ocupar, numa comunicação que chegou a ser comovente quando os nomes dos seus amigos Dalila Pereira da Costa e Lima de Freitas por si foram evocados. A ideia de Pátria em Almada foi belamente ilustrada com uma revisitação, no ecrã da Sala Polivalente, da estética e da simbólica dos Painéis da Gare Marítima de Alcântara. À projecção de imagens do pintor recorreu também, depois, António Carlos Carvalho, cruzando Pessoa e Almada no retrato que este nos deixou daquele e que António Telmo desvenda nesse seu "pequeno grande livro" que é O Bateleur. António Carlos Carvalho propôs uma leitura inovadora desta obra, à luz das dualidades que nela se patenteiam, e deu ainda o mote para o orador que se seguiu, Rui Arimateia, que encerrou o colóquio com a comunicação já aqui hoje publicada, pondo Telmo de novo em diálogo com Pessoa. Catorze sessões decorridas desde o seu início em Maio de 2014, as Tardes Télmicas impõem-se definitivamente como um acontecimento de referência, que em muito extravasa as fronteiras do concelho de Sesimbra.