INÉDITOS. 60
89 ANOS DEPOIS: ANTÓNIO TELMO, SEMPRE!
Este é Tomé[1]
Na vida de todos os jovens de família burguesa que tiveram aproveitamento escolar, para um curso superior, há um belo dia em que partem para a cidade, deixando atrás de si o paraíso da infância e o purgatório da adolescência, os campos e as ruas da pequena vila de província, o adro da Igreja e a imagem de uma namorada que não chegou a ser conseguida. Este é Tomé, de uma família vagamente judaica, o terceiro da prole havida por seu Pai em três momentos astrológicos concordantes por uma secreta e misteriosa afinidade atávica.
Ei-lo que vai, agora, com o seu horóscopo na alma pela rua do Sol ao Rato, de que o tem “ao Touro” na casa nona e por isso a vida lhe tem prometida os caminhos da filosofia e a Grande Viagem.
No início de qualquer história, deveríamos pôr a figura da terra natal do protagonista, como não se envergonhou de fazê-lo Goethe na autobiografia que escreveu com o nome de Poesia e Verdade.
António Telmo