INÉDITOS. 19
QUATRO ANOS DEPOIS: ANTÓNIO TELMO, SEMPRE!
[António Telmo com os seus filhos, Anahi e Manuel, em Santana, Sesimbra, em 1970]
Sonhos
Sexta-feira, 27 de Outubro de 2006
Na grande cozinha-sala em minha casa com a minha Maria Antónia e a minha filha Anahí. Entrando não sei por onde, talvez pela chaminé, apareceu voejando por cima de nós um lindo pássaro azul que identifiquei na altura com um Guarda-Rios, ou como os franceses o designam, por um Martin-Pêcheur. No sonho só me lembrava do pêcheur e com algum esforço.
O pássaro desceu e recebi-o na mão direita em concha, com grande espanto de todos nós e também alegria. Disse então que ia libertá-lo pela janela.
Mas transformou-se num lindo livro azul com as letras em ouro e que continha uma grande sabedoria. Afinal não me podia desfazer dele, porque devia lê-lo.
Deu-se outra metamorfose. Sempre na minha mão transformou-se num gatinho. O Tejo rosnou e as duas gatas olharam-no com ódio felino. Saí para a rua. O gato agora era um lindo menino de três ou quatro anos com uns calçõezitos, muito tranquilo. Havia outros rapazes mais velhos. Um deles disse que a criança morava ali perto. Disse o nome da rua e o número da porta.
Desfez-se o encanto e eu acordei.
Nota: Quando tentava lembrar-me do sonho, identifiquei, já acordado, o pássaro com um “colibri”, tal como os conhecera e observara no Brasil, alimentando-se de flores, sem cessarem de bater as asas até à invisibilidade. Observava-os a três palmos de distância.
António Telmo