EDITORIAL. 14

21-08-2017 00:04

Sob o signo do sete

Passam hoje sete anos sobre o dia que António Telmo partiu para a grande viagem. A sua ausência é só uma aparência. O filósofo está cada vez mais presente, nomeadamente junto das novas gerações, que todos os dias descobrem a sua obra, as suas obras, o legado do seu pensamento, o exemplo de uma vida aventurosa e extraordinariamente singular.

Sete, esse número tão constante na vida e na posteridade de Telmo. Nasceu em 1927, setenta anos depois de Sampaio Bruno, cinquenta depois de Pascoaes. Tinha, pois, trinta anos quando, em pleno centenário brunino, ingressou, com a sua geração, na odisseia do jornal 57; e cinquenta quando um discreto furor envolveu a aparição da História Secreta de Portugal.

Sete é o número simbólico da plenitude mas, no caso de Telmo, será sempre possível ir mais além. Sete foram os volumes já publicados nas suas Obras Completas, mas, ainda este ano, será publicado o oitavo volume, agora a ser ultimado no plano da edição literária: História Oculta de Portugal precedida de No meio do caminho da vida e Os meus prefácios. Dos materiais que da História Oculta de Portugal até nós chegaram, publicamos hoje o que parece ser a introdução de um livro que, com diversa feição, viria a ser a História Secreta de Portugal.

Também um novo título da Colecção Thomé Nathanael – Estudos sobre António Telmo sairá a lume em 2017. Trata-se de um livro de Risoleta C. Pinto Pedro, que reunirá vários ensaios sobre a obra do filósofo da razão poética.

Paralelamente, a revista Nova Águia irá publicar no seu próximo número, ainda neste Outono, um inédito télmico. Para breve estará também a publicação, nas Actas do mais recente Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade, da correspondência de Afonso Botelho para António Telmo.

Já no próximo dia 2 de Setembro, no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, a tarde será de Telmo, numa sessão que contará com a presença de António Carlos Carvalho, Risoleta C. Pinto Pedro e Pedro Martins.  E, até ao final do ano, As Artes da Misteriosofia assinalarão, na sede da AMORC, em Lisboa, o nonagésimo aniversário do nosso patrono.

Entretanto, muito está ainda por descobrir e por estudar nesse infindável tesouro que é a obra de António Telmo. Disso é exemplo a notabilíssima recensão, até agora esquecida, que Luís Furtado Guerra publicou em 28 de Março de 1964, no jornal O Debate, sobre a seminal Arte Poética, e que agora publicamos nesta página, aqui agradecendo, penhoradamente, a Pinharanda Gomes a preciosa indicação que desse escrito nos deu.

Uma palavra final de agradecimento e carinho para a família de António Telmo, na pessoa da Dr.ª Maria Antónia Braia Vitorino. A ela se deve ter sido possível tudo quanto se tem feito. Bem-haja!