CORRESPONDÊNCIA. 75
Carta de António Telmo para Francisco Soares, de 26 de Dezembro de 1995
Estremoz, 26 de Dezembro de 1995
Meu caro Amigo
É-me grato acusar a recepção do seu livro[1] e dar notícia da minha sua leitura na quadra do Natal, pois assim posso desejar-lhe as maiores felicidades materiais e intelectuais para o ano de 1996, e fazer votos que tão bela reflexão sobre a Monarquia encontre leitores tão atentos e dedicados como eu e obtenha a ressonância que o seu valor merece.
Dizia Álvaro Ribeiro que pensar consiste em pesar as palavras, de modo a que a filologia se torne aventurosamente filosofia. O seu texto é o perfeito exemplo disso. A Pátria em exílio ressurge em escritos como o seu.
Tenciono fazer outras leituras. Não calcula como fico contente por ver que homens como o Francisco Soares, o António Cândido Franco ou o Paulo Borges, erguendo a alma ao espírito, forcejam por criar uma escola de Filosofia Portuguesa num meio que lhe é radicalmente adverso.
Vamos ver se, em breve, o vou visitar a Évora-Monte.
Até lá, um abraço do
António Telmo